Domingos de manhã
Domingos de manhã são perfeitos. Acordar cedo, tomar banho, escovar os dentes, pentear o cabelo, passar perfume, escolher aquele vestido de florzinha ou o cor-de-rosa que ele adora e colocar a sandália que me dá calos só pra ver um sorriso no rosto dele.
Estou pronta vinte minutos antes do combinado. Ele ainda vai se atrasar quinze minutos. Eu espero. Sempre espero. Fico no sofá assistindo TV. Sento com cuidado para não amassar o vestido. Vou ao banheiro novamente e olho se o cabelo está bem arrumado. Ando lentamente para não suar. Quero que ele sinta o cheiro do perfume que ele me deu no meu último aniversário.
Esqueço a TV e fico olhando pro relógio na parede. Os ponteiros marcam o horário combinado. O pequeno apontando pro nove e o grande apontando pro céu. Ele está já chegando. Eu espero. Sempre espero. Minha irmã acorda e me vê sentada no sofá. Me encara com um olhar de reprovação. Ela não concorda. Ela não entende. A raiva não a deixa entender. Ela vai na cozinha e volta pro quarto com um copo d'água na mão. Ela vai passar o dia na cama levantando-se apenas para pegar outros copos d'água.
Papai se separou da mamãe dois anos atrás. Ele tem a sua nova casa e sua nova esposa. Mamãe mora em outra cidade por causa de um emprego novo. Somos só nós duas na casa, que se tornou imensa. Ela já está na faculdade. Tem um namorado feio e chato. Ele implica comigo dizendo que o Mário (meu vizinho) é meu namorado. É nada!
Domingo é dia de passear no parque com meu pai, comer algodão doce, correr na grama, olhar os desenhos nas nuvens, tomar sorvete. Minha irmã nunca vai, diz que está cansada. Ela sempre chega tarde nas noites de sábado.
Eu espero. Sempre espero. Ele não veio. Ele nunca mais virá. Um carro está virado na esquina. Há sangue. Eu choro. Minha irmã chora também. Ela nem lembra dos copos d'água. Eu nem lembro do vestido que não pode amassar.
Eu odeio domingos de manhã.
Estou pronta vinte minutos antes do combinado. Ele ainda vai se atrasar quinze minutos. Eu espero. Sempre espero. Fico no sofá assistindo TV. Sento com cuidado para não amassar o vestido. Vou ao banheiro novamente e olho se o cabelo está bem arrumado. Ando lentamente para não suar. Quero que ele sinta o cheiro do perfume que ele me deu no meu último aniversário.
Esqueço a TV e fico olhando pro relógio na parede. Os ponteiros marcam o horário combinado. O pequeno apontando pro nove e o grande apontando pro céu. Ele está já chegando. Eu espero. Sempre espero. Minha irmã acorda e me vê sentada no sofá. Me encara com um olhar de reprovação. Ela não concorda. Ela não entende. A raiva não a deixa entender. Ela vai na cozinha e volta pro quarto com um copo d'água na mão. Ela vai passar o dia na cama levantando-se apenas para pegar outros copos d'água.
Papai se separou da mamãe dois anos atrás. Ele tem a sua nova casa e sua nova esposa. Mamãe mora em outra cidade por causa de um emprego novo. Somos só nós duas na casa, que se tornou imensa. Ela já está na faculdade. Tem um namorado feio e chato. Ele implica comigo dizendo que o Mário (meu vizinho) é meu namorado. É nada!
Domingo é dia de passear no parque com meu pai, comer algodão doce, correr na grama, olhar os desenhos nas nuvens, tomar sorvete. Minha irmã nunca vai, diz que está cansada. Ela sempre chega tarde nas noites de sábado.
Eu espero. Sempre espero. Ele não veio. Ele nunca mais virá. Um carro está virado na esquina. Há sangue. Eu choro. Minha irmã chora também. Ela nem lembra dos copos d'água. Eu nem lembro do vestido que não pode amassar.
Eu odeio domingos de manhã.
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